icone facebook icone twitter icone whatsapp icone telegram icone linkedin icone email

Excelentíssimos

Governador do Estado de Alagoas, Sr. Paulo Dantas, neste ato representado pelo Secretário do Gabinete Civil, Sr. Felipe Cordeiro,

Senador da República pelo Estado de Alagoas, Sr. Fernando Farias,

Diretor do Departamento Nacional de Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia, Sr. Marlon Arraes, neste ato representando o Exmo. Ministro de Estado de Minas e Energia, Alexandre Silveira,

Prefeita de São José da Laje, no Estado de Alagoas, Angela Vanessa,

Prefeito de Ibateguara, no Estado de Alagoas, Gel Cruz,

Presidente da Usina Serra Grande, Dr. Luiz Antonio de Andrade Bezerra,

Presidente do Sindicato da Industria de Fabricação do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas, Vice-Presidente da Novabio, Vice-Presidente da Federação da Industria do Estado de Alagoas, e Coordenador do Conselho do Agronegócio da Confederação Nacional da Industria, Dr. Pedro Robério de Melo Nogueira

Presidente da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas, Sr. Antonio Almeida,

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Sr. José Carlos Lyra,

Presidente da ASPLANA, Sr. Edgar Antunes,

Presidente do SINDUSCON-AL, Sr. José Nogueira Filho,

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas, Sr. Jackson Lima Neto,

Presidente da Bioenergia Brasil, e Presidente do SIAMIG, Sr. Mário Campos Filho,

Presidente do Sindicato da Industria de Fabricação do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco, Presidente da Novabio, e Vice-Presidente da Federação da Industria do Estado de Pernambuco, Dr. Renato Pontes Cunha,

Presidente do Sindicato da Industria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba, Dr. Edmundo Barbosa Coelho,

Presidente da Biosul, Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, Sr. Amaury Pekelman,

Ilustríssimos familiares, netos e bisnetos do Dr. Salvador Lyra,

Sra. Elizabeth Lyra Farias, e seu filho Sr. Carlos Lyra Farias,

Sra. Tereza Lyra, e Srs. Ricardo e Guilherme Lyra,

Empresários aqui presentes, a quem cumprimento através dos Drs. Eduardo de Queiroz Monteiro, Jorge Petribu, e Jorge Toledo Florêncio,

Demais Autoridades,

Senhoras e Senhores,

Estamos hoje aqui reunidos para celebrar os 100 anos de um esforço pioneiro -- ato de coragem, ousadia, obstinação e patriotismo. Ação de pioneiros que de São José da Laje, em Alagoas, viria influenciar o mundo inteiro e trazer benefícios inimagináveis à época.

A partir do ano de 1921, num ato de notável ousadia, o Coronel Carlos Benigno Pereira de Lyra e seu filho Dr. Salvador Lyra, através da empresa “Carlos Lyra & Companhia”, na Usina Serra Grande, pesquisaram e desenvolveram um combustível otimizado a base de álcool que visava substituir, com eficiência superior a outras iniciativas, a gasolina automotiva. A principal motivação para tal iniciativa era a crise na indústria e na agricultura canavieira provocada pela retração do mercado internacional do pós-guerra, que culminou na Grande Depressão de 1930. Esse esforço se desenvolveu ao mesmo tempo em que eram levadas a cabo outras iniciativas que se desenrolavam em outras regiões do Brasil e do exterior, nos anos que sucederam a Primeira Guerra Mundial, mas nenhum deles, exceto o conduzido na Usina Serra Grande, obteve resultados práticos e de tanto sucesso como o idealizado e executado em São José da Laje, em Alagoas.

Naquela época, toda a gasolina usada no Brasil era importada, e um combustível nacional significava economia de divisas e principalmente grande alívio à dramática dependência energética que assolava as finanças nacionais, e atrasava o desenvolvimento geral do País.

A busca por sucedâneos à gasolina se desenvolvia também em outros países que buscavam alternativas, muitas das quais baseadas no uso do etanol puro ou em misturas com a gasolina. Na França, houve até um momento de pânico, quando autoridades classificaram as dificuldades em manter o acesso ao combustível líquido uma questão vital para aquela nação. Uma lei de fevereiro de 1923, estabeleceu que o importador de gasolina seria obrigado a comprar mensalmente do Estado um volume de etanol, denominado carburante nacional, correspondente a 10 porcento de toda a gasolina vendida no mês anterior, e que este álcool combustível seria vendido a um preço mais baixo ao consumidor.

No livro “Applicações Industriaes do Álcool”, publicado por Miguel Calmon du Pin e Almeida, e que foi depois ministro da Agricultura, consta o relato de que, em 1922, o Consul norte-americano, C. R. Gamerou, em relato a seu governo, descreveu com admiração que os motores, os automóveis, e as locomotivas das usinas de Pernambuco estavam sendo movimentadas a álcool com perfeita eficiência.

Em julho de 1924, o Cel. Carlos Benigno Pereira de Lyra viria a falecer, achado morto sobre a escrivaninha de seu escritório na usina, e a partir daí assumiu de forma definitiva e decisiva os trabalhos de desenvolvimento o seu filho, Dr. Salvador Lyra. Os testes intensificados a partir de 1925, culminaram com o lançamento, em 1927 na cidade do Recife, do USGA, o combustível à base de álcool da Usina Serra Grande de Alagoas. O empreendimento manteve-se até os primeiros anos da década seguinte com grande êxito em Pernambuco e Alagoas, estados onde sua comercialização atingiu volumes expressivos à época.

A organização em Alagoas de uma nova indústria para a fabricação do USGA despertou o ânimo dos condutores de veículos, que começaram a compreender que não havia só a gasolina para impulsionar os motores.

Semelhante sucesso também vieram a desfrutar outras marcas de combustíveis similares, como a Azulina e a Motorina, desenvolvidas após o lançamento do USGA, mas não atingindo o mesmo impacto e adesão do que o USGA. Foi a fórmula da Usina Serra Grande que mostrou os melhores resultados, não tendo seus pioneiros medido esforços nesta busca, dedicando anos de pesquisa e investindo em equipamentos e tecnologia, importando da Alemanha todo o maquinário necessário à realização do empreendimento.

A busca por uma alternativa para a crise da indústria açucareira certamente não foi a única motivação para o desenvolvimento do USGA, embora essa tenha sido a primeira vez em que o etanol desempenhou o papel de atenuante a uma crise no mercado de açúcar. O empreendimento mostrava-se também revestido de caráter patriótico, encontrando forte respaldo e incentivo de diversas autoridades, chegando a despertar grande entusiasmo popular. Essa constatação advém não somente de fatos que reforçam a existência da motivação patriótica, mas também da busca da administração da usina, liderada pelo Dr. Salvador Lyra, pelo bem-estar social, a pioneira preocupação ecológica, e a busca constante por atualização tecnológica, demonstrados nas seguintes iniciativas:

  • Várias obras sociais realizadas nas áreas da usina e no município sede;
  • Desde aquela época, de forma pioneira, a manutenção de reserva florestal em suas terras;
  • Desde a década de 1930, o uso da vinhaça como adubo orgânico em seus plantios; e,
  • O investimento em pequenas centrais hidrelétricas para o abastecimento de sua indústria.

 A fórmula do USGA não encerrava muitos segredos, pois tratava-se de uma mistura de álcool, éter etílico, e uma pequena porcentagem de óleo de rícino (ou óleo de mamona).

No livro intitulado “Presença”, de Salvador Lyra, o texto transcrito a seguir relata um bilhete do Dr. Salvador Lyra ao seu gerente Waldemar Pontes, que foi o tio avô do Dr. Renato Pontes Cunha aqui presente, datado de 1927, segundo o qual “...era recomendado, a partir daquela data, preparar o USGA com 20% de éter e 0,5% de óleo de rícino técnico...” E ainda “...estamos em experiências, sendo possível qualquer modificação.”

Artigos publicados à época mencionavam a função do éter e do óleo de rícino na mistura, cabendo ao óleo a função neutralizante e lubrificante, a fim de isentar o combustível de efeitos corrosivos. Quanto ao éter, que era obtido a partir da conversão do próprio álcool, seu papel era melhorar o rendimento do motor pois, formando uma mistura não-azeotrópica, sua maior volatilidade conferia efeito equivalente à elevação da taxa de compressão, melhor aproveitando as características antidetonantes, ou de elevada octanagem, do álcool.

Essas características foram explicadas detalhadamente pelo Eng.º Eduardo Sabino de Oliveira em seu livro “Álcool Motor e Motores a Explosão”, onde o autor se refere às propriedades das misturas alcoólicas.

O Eng.º Eduardo Sabino de Oliveira menciona os avanços tecnológicos que viabilizaram uma melhor utilização do álcool como aditivo à gasolina, melhorando suas propriedades antidetonantes, e permitindo a fabricação de motores com maiores rendimentos.

O avanço dos motores em busca por melhores rendimentos passava principalmente pela melhoria das capacidades antidetonantes da gasolina, de modo a permitir a utilização de maiores taxas de compressão. Já era sabido que o álcool quando acionado a gasolina, mesmo em pequenas proporções, elevava consideravelmente tais capacidades, com a vantagem de não trazer componentes tóxicos e nocivos à saúde como outros aditivos com função similar, principalmente o chumbo tetraetila, que o Brasil viria a substituir integralmente na década de 1970, com a instituição do Proálcool. O problema é que o álcool comumente obtido, o hidratado, não se prestava para tal fim, devido à formação de uma mistura instável causando a separação da mistura com a gasolina pela presença de água, o que provocava problemas no funcionamento dos motores.

Quando o álcool anidro finalmente passou a ser obtido por métodos de produção econômica e industrialmente viáveis desenvolvidos na França, passou a ter um uso bem mais atraente e adequado, com aplicação completamente satisfatória. Tal fato trouxe consequências diretas na adoção de políticas para a produção e o aproveitamento do álcool. Eduardo Sabino de Oliveira cita duas importantes medidas adotadas a partir de tais evoluções e descobertas.

  • A edição do Decreto No. 19.717, de 20 de fevereiro de 1931, que obrigava os importadores de gasolina a adquirirem volume de álcool nacional correspondente a 5 porcento do volume de gasolina importada. "Não havendo na ocasião produção de álcool anidro no país, o decreto em apreço permitiu a aquisição de álcool 96º G.L. enquanto a indústria nacional se aparelhasse devidamente para a produção de álcool anidro, fixando com este objetivo determinados prazos"; e
  • A edição do Decreto de 1º de junho de 1933, que criou o IAA - Instituto do álcool e Açúcar -- para criar e coordenar uma política de produção e comercialização para o açúcar e álcool.

Portanto, a iniciativa do USGA em São Jose da Laje, está intimamente ligada à criação do IAA em 1933, e toda a regulação e crescimento da indústria que se seguiu a partir de então.

Os primeiros anos do USGA no mercado foram bastante promissores. Os números apontados no livro de Moacir Medeiros de Santana, intitulado “Contribuição à História do Açúcar em Alagoas“, dão uma ideia da projeção do combustível da Usina Serra Grande. Em abril de 1933, havia em funcionamento 9 bombas do USGA: 3 no Recife; 1 em Caruaru, 1 em Garanhuns, 2 em Maceió, 1 em Serra Grande, e 1 em União dos Palmares, além de outras 4 no Recife com outras misturas a base de álcool. 

Dois anos após o seu lançamento em 1927, cerca de 500 automóveis no Nordeste usavam, além do USGA, outros combustíveis a base de etanol. Neste ano o total consumido em bombas no Recife, Garanhuns e Maceió foi da ordem de 450 mil litros por mês. Em 1930, por iniciativa de um grupo de industriais e políticos pernambucanos, foi feita experiência com uma locomotiva da Central do Brasil que viajou do Rio de Janeiro a São Paulo usando a AZULINA (etanol com 5% de éter etílico) como combustível.

Em Anais do 1º Congresso Brasileiro de Mandioca, também há referências a estes resultados. Apesar do sucesso inicial, a produção e distribuição do USGA acabou sendo descontinuada. Moacir de Medeiros Santana, novamente no livro “Contribuição à História do Açúcar em Alagoas”, e em “Efemérides Alagoanas”, afirma ter havido uma campanha das multinacionais do petróleo, alinhadas às fábricas produtoras de automóveis, junto a Great Western Brazil Railway, distribuidora de combustíveis da época, na qual conseguiram uma diminuição no preço da gasolina, e ao mesmo tempo, um considerável aumento no preço do USGA, sendo esta manobra a causa direta da retirada do produto do mercado.

De fato, em mensagem enviada por Salvador Lyra a seu colaborador Waldemar Pontes, escreve: “Waldemar, eles finalmente venceram. Através do aumento do frete, conseguiram inviabilizar a distribuição do USGA.”

Décadas se passaram, e adveio a primeira crise do petróleo, em 1973. Neste ano, ainda 81 porcento da demanda de petróleo e derivados do Brasil era importada, e o aumento do preço do petróleo e derivados passou a atingir novamente de forma brutal as finanças e o abastecimento de combustíveis no País. Por falta de alternativa viável à época, passou a haver contingenciamento da oferta de derivados do petróleo, incluindo o de nafta petroquímica, insumo básico de toda a cadeia de industrialização na indústria química e petroquímica.

Na época, o jovem Eng.º Lamartine Navarro Junior era vice-presidente executivo do Grupo ULTRA, já naquela época um dos maiores conglomerados industriais do País. Uma de suas subsidiarias era a empresa Oxiteno, que utilizava nafta no seu processo industrial. Preocupado em encontrar meios de viabilizar a continuidade de sua operação, durante uma visita à biblioteca do Instituto de Engenharia em São Paulo, teve acesso ao livro do Eng.º Eduardo Sabino de Oliveira, que relatava a experiencia pioneira e bem-sucedida desenvolvida 50 anos antes na Usina Serra Grande, de Alagoas. Ocorreu-lhe que se fosse reeditada aquela experiencia, poderia-se com o etanol substituir a gasolina, aliviando a pressão de desabastecimento do combustível, e também viabilizar a retomada do suprimento de nafta.

O Eng.º Lamartine então decide consultar seu colega de faculdade, na Universidade Mackenzie de São Paulo, o Eng.º Cicero Junqueira Franco, para lhe perguntar se seria viável retomar a produção de etanol em larga escala pela indústria açucareira. Cicero lhe responde que talvez sim, desde que fosse oferecido aos produtores de açúcar um preço para o etanol que fosse equivalente ao do açúcar, para que fosse indiferente ao produtor produzir um ou outro produto, etanol ou açúcar. Surgia daí o conceito de paridade entre os preços de açúcar e de etanol.

Lamartine e Cicero decidem então, juntos, escrever um trabalho seminal para o desenvolvimento do que viria ocorrer a seguir: “Fotossíntese como fonte energética”, o documento que propôs a criação do Programa Nacional do Álcool.

Esse estudo foi levado ao então Ministro de Estado de Minas e Energia, Dr. Shigeaki Ueki, que o levou ao Presidente da República, Gal. Ernesto Geisel, que havia ocupado antes a função de presidente da Petrobrás sendo, portanto, profundo conhecedor do setor de petróleo e combustíveis, e assim foi criado o Proálcool, em novembro de 1975.

Passados 100 anos da iniciativa pioneira do USGA na Usina Serra Grande em 1925, e 50 anos da criação do Proálcool em 1975, o Brasil é exemplo inconteste da importância deste projeto, que ultrapassa o objetivo de produzir energia e alimento de forma integrada e sustentável, e se reveste de um caráter maior, configurando um verdadeiro programa de desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Nos últimos 50 anos, o etanol usado apenas como combustível, sem considerar seus outros usos na indústria alcoquímica, de fármacos, de bebidas, de tintas e solventes, e inúmeros outros usos, e no consumo direto para atividades de higiene e limpeza, já substituiu mais de 4 bilhões de barris de gasolina até o final de 2025. Esse volume é muito significativo, considerando que as reservas totais de petróleo e condensados do País, incluindo as reservas do Pré-Sal, somam 10,9 bilhões de barris, pelo critério SEC. Que o valor da gasolina substituída, incluindo os juros da dívida externa evitada no período ultrapassa 760 bilhões de dólares -- outro dado de enorme significado, considerando que nossas reservas internacionais de divisas, consideradas como a ancora de estabilidade de nossa economia, somam atualmente 353 bilhões de dólares. Portanto, o valor da gasolina substituída pelo etanol ultrapassa o dobro de nossas divisas.

Que durante todo esse período, o etanol permitiu que o Brasil fosse pioneiro na substituição do venenoso chumbo tetraetila, causador do saturnismo, e também na substituição de aromáticos cancerígenos contidos na gasolina, com grande economia adicional para empresas de refino e distribuição de petróleo por serem as frações mais caras da gasolina.

Que o etanol é ainda isento de enxofre, e sua utilização gera muito menos material particulado fino, um dos indicadores mais importantes do índice de qualidade do ar, e gera acetaldeídos muito menos tóxicos do que os formaldeídos gerados pela gasolina. Que sua utilização não gera emissão de hidrocarbonetos reativos precursores do smog fotoquímico. E que por ser praticamente neutro em emissões de carbono, se apresenta hoje como uma das estratégias mais viáveis e de aplicação imediata para controlar o risco de aquecimento climático.

Excelentíssimas Autoridades,

Drs. Eduardo Monteiro, Jorge Petribu e Jorge Toledo Florêncio,

Ilustres descendentes do Dr. Salvador Lyra, Sras. Elizabeth Lyra Farias, Tereza Lyra, Srs. Carlos Lyra Farias, Ricardo Lyra e Guilherme Lyra,

Senhoras e Senhores,

Estamos hoje sobre solo sagrado.

O mundo muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

É aqui, na Usina Serra Grande, de São José da Laje, que surge a inovação, a iniciativa que iria revolucionar o abastecimento do mercado de energia no Brasil e no mundo, com energia de biomassa, renovável, limpa e promotora de desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Seguindo esse exemplo, em 2017, a India que misturava incipientes 2,3 porcento de etanol em seu pool de gasolina, ao conhecer melhor as possibilidades permitidas pelo uso do etanol de biomassa, em julho de 2025 já havia atingido a meta de 20 porcento de mistura, antecipando o seu atingimento antes previsto para 2030, e agora anuncia planos para no curto prazo elevar a mistura a 27 porcento, e até 2030 a 30 porcento. Já pratica também a venda de veículos flex e a distribuição de etanol puro nas bombas de abastecimento.

O Brasil é o grande farol para que outros países repitam a sua experiencia, e isso se repete nos Estados Unidos da América, Canadá, México, Argentina, Paraguay, Bolívia, Uruguay, Peru, Guatemala, Colômbia, em vários países da Europa e da Asia, notadamente na Indonésia, Vietnam, Tailandia, Filipinas e China.

No primeiro semestre de 2025, no Brasil, o etanol substituiu 45,6 porcento de toda a gasolina consumida no Brasil, através da mistura de 27 porcento de etanol anidro na gasolina, elevada para 30 porcento a partir de 1º de agosto de 2025, e do uso de etanol hidratado pela frota flex, capaz de usar qualquer mistura de gasolina com etanol anidro e etanol hidratado, e que representa mais de 85 porcento da frota total de veículos leves.

Cumpre a nós, dedicarmo-nos à obra que esses pioneiros iniciaram com tanta bravura e espírito destemido.

Cumpre a nós, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente, de lutarmos contra a falta de informação, o preconceito e as meias verdades, que tentam frear o desenvolvimento do uso do etanol como combustível limpo e sustentável, para que se compreenda em sua totalidade e grandeza o trabalho que iniciaram.

É preciso, portanto, que todos mantenhamos viva esta chama, para que este legado repercuta de forma cada vez mais intensa e duradoura, como memória indelével dos esforços iniciados por todos estes bravos pioneiros.

 

Usina Serra Grande, São José da Laje, Alagoas, em 8 de setembro de 2025.

Dr. Plinio Mário Nastari, presidente da DATAGRO.

Arquivo: DISCURSO-DR.PLINIO.jpg

« Voltar